segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE: DROGAS, LEGAL É PREVENIR! - RELATO DE EXPERIÊNCIA



PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE: DROGAS, LEGAL É PREVENIR!

Fernando Gomes Teixeira1
Ana Paula Oliveira dos Santos1
Arlene Porto da Costa1
Tiago da Silva Braga1
Ana Paula Sá Menezes2


1.INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A partir da realidade exposta na sociedade sobre drogas sendo estas licitas ou ilícitas houve uma ligação particular com a educação em saúde, no que provém sobre os malefícios que estas drogas fazem no organismo do ser humano, além de ser altamente prejudicial para o corpo e a mente, sendo estas umas das maiores causadoras de tragédias como homicídios e acidentes de transito. A escola é um campo imprescindível ao desenvolvimento de projetos de saúde coletiva. Portanto, faz-se necessário que sejam proporcionados momentos de aprendizagem fora do contexto de sala de aula acerca de Saúde Coletiva e que estes temas sejam ministrados por profissionais da área de Saúde, mas sem deixar de lado a ludicidade e o prazer de aprender. O objetivo desse artigo é relatar uma experiência de Promoção de Saúde incluída no Projeto desenvolvido no componente curricular de Educação em Saúde, ministrado pela professora Ana Paula Sá Menezes, no curso de Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco - FSDB, além de incluir o componente curricular de Pedagogia Salesiana, ministrado pelo professor Maurício Cordeiro, e Avaliação Educacional ministrada pela professora Sônia Regina.
Os temas trabalhados no projeto, de maneira geral, foram DST, Planejamento Familiar, Alimentação Saudável, Estresse, Depressão e Drogas Lícitas e Ilícitas. Durante as aulas de Educação em Saúde, foi ensinado como trabalhar assuntos referentes à Saúde. A professoratambém disponibilizou um Roteiro para elaboração do Relato de Experiência, no qual era relatado o que deveria ser observado pelo grupo:
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Instrumentalizar os acadêmicos para o desenvolvimento de práticas educativas em Saúde, individuais e coletivas, que promovam a autonomia e contribuam para o processo de construção da cidadania.
1.2.2 Objetivos Específicos
1.2.2.1 Relatar uma experiência em Educação e Saúde na Escola Estadual Tiradentes com alunos dos 1º,2º, 3ºanos do Ensino Médio e EJA, com o seguinte tema: O uso de drogas lícitas e ilícitas;
1.2.2.2 Caracterizar o local onde se deu a experiência prática;
1.2.2.3Conceituar Educação em Saúde;
1.2.2.4 Apresentar marco teórico sobre (i) Saúde Mental, (ii) Drogas Lícitas e Ilícitas e (iii) Legislação relacionada ao uso de Drogas, utilizados por pesquisadores de Saúde Coletiva, na comunidade escolar;
1.2.2.5Relacionar Pedagogia Salesiana e Qualidade de Vida;
1.2.2.6 Registrar a fala dos alunos durante a exposição da temática.
1.2.2.7 Discutir o resultado da pesquisa a partir do que foi relatado pelos alunos participantes da escola.

1.3  METODOLOGIA
O tema foi apresentado, depois temos a apresentação dos alunos que apresentaram o tema com a abordagem sobre drogas licitas e drogas ilícitas. O trabalho surgiu a partir da pesquisa bibliográfica que relata fatos de suma importância sobre o uso de drogas na adolescência, onde buscamos alguns artigos como referencial teórico para preparação do trabalho, fazendo a partir dali a montagem de materiais utilizados que em seguida houve a apresentação do tema.
Procurando sempre a atenção e o interesse dos alunos na abordagem do tema, mostrando sua íntima ligação com os temas já abordados que foram alimentação saudável, depressão e autoestima e estresse, temas já abordados nesta palestra na Escola Tiradentes. A sua influência será trabalhada deliberadamente de uma forma que venha a buscar os resultados avaliativos e qualitativos sobre nosso tema sobre as drogas, procurando identificar nos alunos da Escola Tiradentes, além do interesse, também uma reflexão sobre essa problemática que se encontra no mundo todo, que vem tomando contas dos lares e ate escolas do mundo, vivendo essa realidade em qualquer parte do mundo.
Finalizando fizemos a coleta de dados dos alunos através de um questionário avaliando a apresentação do tema e a avaliação do evento, fazendo que os alunos escrevessem suas opiniões sobre o trabalho que veio através de uma avaliação geral do evento, sendo que este tema foi o ultimo a ser apresentado, visamos métodos de observação, questionário e opiniões dos estudantes para obter resultados satisfatórios sobre drogas, observando sempre o que mais chama atenção sobre a temática e sua importância para a vida do aluno.

1.3.1Conteúdo Programático
Os temas trabalhados foram drogas lícitas e ilícitas, sua abordagem vem proveniente de nossa realidade em que a violência e a falta de respeito pela vida humana têm sido fatores catastróficos para o sujeito que vive em sociedade, que muitas vezes por influências externas ou internas acaba procurando meios para ser aceito no mundo e acaba se envolvendo com drogas, classificadas em licitas ou ilícitas, onde as mais comuns entre as lícitas o cigarro e as bebidas alcoólicas e entre as ilícitas a maconha, a cocaína, o ecstasy e o crack.
1.3.2 Preparação para o Trabalho de Campo
Este trabalho foi realizado com turmas do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio e EJA do período noturno da EE Tiradentes, com o 4º período do curso de Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco, visando conscientizar, demonstrar e conhecer um pouco mais sobre temas de Saúde Coletiva, de acordo com a sua realidade e experiências de vida, a experiência se deu no mês de setembro de 2012 onde se desenvolveu o tema sobre Drogas. Os procedimentos que envolveram a experiência foram: Elaboração do plano de atividade educativa, desenvolvimento da prática educativa, reuniões com a orientadora do Projeto e com o grupo de acadêmicas que desenvolveram a prática.
1.3.3 Desenvolvimento das Práticas Educativas em Saúde
A Escola Estadual Tiradentes em parceria com a Faculdade Salesiana Dom Bosco, proporcionou aos acadêmicos do 4º período do curso de Pedagogia realizar este trabalho com os alunos do Ensino Médio.
Os procedimentos de elaboração usados para realizar a atividade foram: Criar um plano de atividade educativa, construído com conteúdos sobre drogas lícitas e ilícitas e baseados em artigos sobre saúde, confecção de material como folders para reforçar as informações sobre o assunto, desenvolver a dinâmica e a metodologia da apresentação e suas fases e a avaliação.
O desenvolvimento da atividade foi dividido em três etapas:
        i.            Dinâmica: Iniciamos com uma dinâmica em grupo chamada Vida e Amor, onde os jovens logo na entrada foram divididos em dois grupos respectivamente Vida e Amor, depois cada um buscava um par, feito isso eles tinham que fazer os comandos que a dinâmica pedia, por exemplo, dizer o nome, dar um abraço, trocar de par, voltar para o primeiro par, entre outros comandos. Buscamos proporcionar um relaxamento tanto por parte dos alunos, quanto para os acadêmicos que realizavam a atividade.
      ii.            Apresentação da temática: nessa etapa desenvolvemos os conteúdos da temática sobre drogas lícitas e ilícitas, exemplificando e abordando questões que cercam a realidade dos alunos.
    iii.            Socialização do conteúdo apresentado: procuramos incentivá-los a falar um pouco mais sobre o que aprenderam durante a apresentação, aplicamos um questionário no final com a finalidade de medir os resultados dos conteúdos dado da apresentação e entrevistamos 5 alunos que participaram do projeto. Distribuímos brindes para os alunos presentes com o intuito de animar os alunos.

2MARCO TEÓRICO
2.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E SAÚDE MENTAL
A dependência química na atualidade corresponde a umfenômeno amplamente divulgado e discutido, uma vez queo uso abusivo de substâncias psicoativas tornou-se um graveproblema social e de saúde pública em nossa realidade.
No que diz respeito ao uso de substâncias psicoativas, ao contrário do que se pensa, esse não é um evento novo no repertório humano, e sim uma prática milenar e universal, não sendo, portanto, um fenômeno exclusivo da época em que vivemos.
Normalmente, deixa-se a dimensão saúde para os profissionais da área e a educação é esquecida ou relegada à escola. No geral, a população fica sem saúde e sem educação, pois dentro desse raciocínio as pessoas, no cotidiano, as famílias, no dia-a-dia não precisariam se preocupar nem com a preservação da saúde nem com a educação, pois para isso existem os profissionais específicos (CARNEIRO, 2008).
Nosso papel, como profissionais da saúde, é alertar aospais para que se aproximem de seus filhos nessa fase tãoconturbada de suas vidas, destacando sempre a importânciada família e da manutenção de uma convivência familiarsaudável, em suas formações. Cabe aos pais ensiná-los adistinguir entre o certo e o errado, fazendo-se presentes emqualquer que seja o caminho tomado pelo filho (CAVALCANTE, 2008).

2.2 DROGAS NA ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma fase do desenvolvi­mento humano caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais importantes para a afirmação e conso­lidação de hábitos na vida adulta (MALTA, 2011).
A geração atual é considerada a mais urbana da história. Entretanto, à medida que a urbanização possibilita cada vezmais o acesso à educação e aos serviços de saúde, osadolescentes são mais expostos aos riscos de uso de drogaslícitas e ilícitas.Fatores de risco para uso de drogas entre adolescentes noBrasil são pouco estudados, sendo a maior par te dasinformações disponíveis a esse respeito provenientes deestudos realizados em outros países. Além de fatoressociodemográficos (sexo, idade, classe social), os estudosindicam associação do uso de drogas com envolvimento parentalou familiar no consumo de álcool ou drogas, há não criação porambos os pais, baixa percepção de apoio paterno e materno,amigos que usam drogas, ausência de prática religiosa, bemcomo menor frequência à prática de esportes (CAVALCANTE, 2008).
Nesta fase geralmente ocorre à experimen­tação de substâncias psicoativas como álcool, cigarro e drogas ilícitas. O uso de drogas na adolescência é um fator de exposição para problemas de saúde na idade adulta, além de aumentar significativamente o risco de o sujeito se tornar um consumidor em excesso ao longo da vida (Ibid., 2011).
O apelo dos meios de comunicação, que estimula o consumode drogas lícitas, como álcool e tabaco, assim como a aceitaçãosocial e condescendência familiar para o consumo destas drogas sendo estas licitas ou ilícitas,parece creditar em sua utilização a ideia de rito de passagempara a vida adulta, que todos nós já vivenciamos em nossas vidas, e que ocorre ate os dias de hoje até mais fortes que antigamente (Ibid., 2008).

2. 4 A LEGISLAÇÃO RELACIONADA AO USO DE DROGAS
Segundo a Lei. 11343-06, de 23 de agosto de 2006, diz:
Art. 1o  Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas –Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único.  Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o  Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único.  Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

2. 6 AS DROGAS LICITAS E AS DROGAS ILÍCITAS
As drogas foram apresentadas no trabalho a partir do conhecimento estabelecido com a hipótese de que tipos de drogas são as mais comuns e de fácil acesso a variados tipos de pessoas e classes sociais, estabelecendo diretrizes que envolvem um contexto mais profundo de cada conceito apontando suas singularidades e de forma resumida apresentada aos alunos. A seguir as drogas trabalhadas neste projeto.
2.6.1 Cocaína
A cocaína é uma droga ilícita, ou seja, uma substância psicoativa de ação estimulante do sistema nervoso central, de uso e comercialização proibidos. O hidroclorido de cocaína (pó branco e cristalino) é extraído, por meio de processos químicos, das folhas da coca (Erythroxylum coca), uma planta originária da América do Sul.
A cocaína geralmente é consumida por aspiração nasal, ou via intravenosa (dissolvida em água e injetada diretamente na corrente sanguínea). Os O inicio dos efeitos do uso da cocaína variam: cheirando o pó os efeitos aparecem entre 10 e 15 min. Pela via intravenosa, os efeitos surgem em 3 a 5 minutos após a injeção. Por tratar-se de uma substância que exerce ação estimulante, seu uso aumenta a atividade cerebral, sobretudo nas áreas motora e sensorial.
Na figura 1, podemos ver a cocaína em pó.
Figura 1–Cocaína em pó
Fonte: Disponível em:<http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/coca%C3%ADna.jpg>. Acesso em 04/11/12 às 21h11min
2.6.2 Maconha
Planta herbácea de clima quente e úmido, originária da Índia, a maconha (Cannabis sativa) pertence à família Moraceae e pode atingir até 5 metros de altura.
A planta da maconha contém mais de 400 substâncias químicas (veja figura 2), das quais 60 se classificam na categoria dos canabinoides, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde. O tetra-hidrocarbinol (THC) é um desses canabinoides e é a substância mais associada aos efeitos que a maconha produz no cérebro. A concentração de THC na planta depende de alguns fatores, como solo, clima, estação do ano, época da colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso, condições de plantio, genética da planta, processamento após a colheita, etc., por isso os efeitos podem variar bastante de uma planta para outra.
Ao inalar a fumaça da maconha, o THC vai diretamente para os pulmões que são revestidos pelos alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas. Por possuírem uma superfície grande, os alvéolos absorvem facilmente o THC e as outras substâncias. Minutos depois de inalado, o THC cai na corrente sanguínea, chegando até o cérebro.
Em nosso cérebro existem alguns receptores canabinoides que se concentram em lugares diferentes, como no hipocampo, cerebelo e gânglios basais. Esses receptores possuem efeitos em algumas atividades mentais e físicas como memória de curto prazo, coordenação, aprendizado e soluções de problemas.
Na figura 2, temos a Folha da Maconha.
Figura2 –Folha daMaconha
Fonte: Disponível em: <http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQhOXlHDOYN1beulyKRIQcU1rB3kJN3RItlZIUzzBcuENE7sxWMPM9lBhJ8>. Acesso em 05/11/2012 às 21h53min
2.6.3 Crack
O crack tem a mesma origem da cocaína, concentra os mesmos princípios ativos, mas gera efeitos distintos. É uma droga em forma de “pedra” branca ou amarelada que provoca efeitos mais rápidos e intensos do que a cocaína em pó, porque atinge o sistema nervoso central em poucos segundos. Fumar crack é a maneira mais rápida de fazer com que a droga chegue ao cérebro e provavelmente esta é a razão para a rápida progressão para a dependência.
Os efeitos do crack no organismo:
Neurotransmissores – O crack inibe a recaptura de neurotransmissores pelos receptores pré-sinápticos. Dopamina, noradrenalina e serotonina: que são os responsáveis pelo pensamento, planejamento, controle de impulsos, sensações de prazer e poder – ficam acumuladas
Doenças neurológicas – usar crack pode resultar em uma variedade de manifestações neurológicas, incluindo: acidente vascular cerebral (AVC), dor de cabeça, tonturas, inflamações dos vasos cerebrais, atrofia cerebral e convulsões.
Dependência – O uso excessivo da droga leva á saturação dos receptores pós-sinápticos. Com isso, é necessário aumentar as doses da droga para obter os mesmos efeitos, o que leva usuário ao uso compulsivo
Vias Aéreas – A alta temperatura da fumaça do crack pode causar queimaduras nos tecidos da laringe, traqueia e brônquios, que sofrem os efeitos das substâncias tóxicas presentes na droga, como resíduos de gasolina e solventes.
Circulação – Provoca o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, podendo ocorrer isquemias e infartos agudos do coração. Há risco de arritmias cardíacas e problemas no músculo cardíaco.
Pulmões – É o principal órgão exposto ao vício do crack. Os sintomas mais comuns são: tosse, dor no peito com ou sem falta de ar, escarro com presença de sangue e piora de asma. Observação: Pessoas com tuberculose que usam crack por vezes convivem em ambientes fechados e dividem os instrumentos de consumo. Essa prática favorece a disseminação da doença.
Aparelho Digestivo – O uso do crack prejudica a digestão e provocam sintomas como náusea, perda do apetite, flatulência, dor abdominal e diarreia.
Na figura 3 temos a Pedra do Crack.
Figura 3–Pedra do Crack
Fonte: Disponível em: <http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQj0iuwTvfexvNAFdLfJVB3pHSLppQABe9NR740N7OLlsJbNeI_>. Acesso em: 05/11/12 às 21h58min



2.6.4 Ecstasy

Também chamado de droga do amor, o ecstasy é uma droga psicoativa, conhecida quimicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviada por MDMA. O ecstasy foi produzido por uma indústria farmacêutica no ano de 1914 com o intuito de ser utilizado como supressor do apetite, mas nunca foi utilizado para essa finalidade. Nos anos 60, começou a ser utilizado por psicoterapeutas para elevar o ânimo de pacientes; e na década de 70 passou a ser consumido recreativamente, sendo disseminado principalmente entre estudantes universitários. O uso dessa droga é proibido em vários países, inclusive no Brasil.
Embora esse modo de utilização não seja mais empregado, o ecstasy pode ser injetado via intravenosa. Atualmente o consumo ilegal de ecstasy tem sido realizado na forma de comprimidos via oral.
O efeito do ecstasy pode durar em média oito horas, mas isso varia de acordo com o organismo. Em pessoas que possuem maiores quantidades de enzimas metabolizadoras, o efeito do ecstasy pode durar menos tempo. À medida que as enzimas do organismo metabolizam as toxinas, elas produzem também metabólitos ativos que continuam exercendo atividade psicoativa, como se fosse a própria droga, mas com efeitos não muito agradáveis, que podem durar por mais algumas horas.
Os usuários dessa droga sentem aumento do estado de alerta, maior interesse sexual, sensação de bem-estar, grande capacidade física e mental, euforia e aumento da sociabilização e extroversão.
Na figura 4, apresenta-se as pílulas de ecstasy.
Figura 4 – pílulas de ecstasy.
Fonte: Disponível em:<http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/o-ecstasy-uma-droga-psicoativa-que-pode-levar-individuo-morte-1319025353.jpg>. Acesso em: 05/11/12 às 22h01min.

2.6.5 Cigarro
O cigarro é uma droga lícita no Brasil, e por causa dela há milhões de pessoas enfrentando quadros clínicos irreversíveis e morrendo aos poucos em todo o país. Ele é o produto de consumo mais vendido no mundo, e trás um retorno econômico muito promissor para os que o comercializam. Causa cinquenta vezes mais mortes que as drogas ilícitas, sem contar com a perspectiva de vida dos fumantes que é reduzida em um minuto, a cada minuto que estes passam fumando.
Há centenas de substâncias nocivas na composição do cigarro, entre elas estão gases tóxicos, pesticidas, mais de quarenta substâncias cancerígenas, inseticidas, entre outros.
Há muito tempo que no Ocidente as empresas de cigarro têm ganhado lucros assustadores com o cigarro. Agora o marketing dessas empresas está direcionado para o oriente onde as mulheres até pouco tempo eram censuradas com a possibilidade de uso do cigarro. O mercado está investindo em propagandas que associam o cigarro a mulheres bonitas e bem sucedidas, para que o mesmo possa se tornar um atrativo para as mulheres orientais, além de tornar-se símbolo da igualdade entre homens e mulheres. Na África, além da epidemia de AIDS, agora nota-se também uma epidemia de tabagismo. Muitos definham até a morte por causa da fome que se junta ao efeito do cigarro e por gastarem a maior parte da sua renda na compra de cigarros.
Na figura 5, temos o modelo de um maço de cigarros

Figura 5–modelo de um maço de cigarros
Fonte: Disponível em: <http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTmd34Bzgia7WrvknenCpqS99fV_fqOPEBmtfO_1JJ_jwvIDVgnsg>. Acesso em 05/11/12 às 22h12min.

2.6.6 Cerveja
álcool é consumido há muito tempo. Porém, antes do processo de destilação, as bebidas tinham um teor de álcool mais baixo, pois sofriam a fermentação. Eram elas a cerveja e o vinho. O álcool é uma bebida psicotrópica. Além de causar dependência, causa também mudanças no comportamento. Inicia-se com uma alteração no humor acompanhada de uma euforia, depois vem o momento da sonolência, onde o indivíduo não possui mais sua coordenação motora e apresenta comportamento depressivo. Isso acontece devido ao fato de o álcool agir diretamente no sistema nervoso central.
O álcool compromete partes do cérebro responsáveis pela memória, aprendizagem, motivação e autocontrole. É considerada uma droga depressora, ou seja, causa efeitos semelhantes aos da depressão como sonolência, tonturas, distúrbios no sono, náuseas, vômitos, fala incompreensível, reflexos comprometidos e ressaca.
As principais bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil são: a cerveja, o vinho, o licor, a cachaça, o uísque, o conhaque e os coquetéis. Segundo pesquisas, os jovens de 13 a 21 anos têm facilidade em adquirir bebidas alcoólicas, as quais muitas vezes são permitidas ou providenciadas pelos próprios pais.
etanol é o álcool mais utilizado em bebidas, combustíveis, produtos de limpeza, etc. Sua fórmula é: CH3CH2OH. Ele atinge também outros órgãos do corpo, como o coração, a corrente sanguínea, o fígado, etc.
A bebida alcoólica é consumida apenas por via oral, e dentro da sociedade atual há um estímulo muito grande ao seu consumo. Independentemente desse fator, é importante a conscientização da sociedade em relação aos perigos que o uso da droga acarreta para quem a consome.
Na figura 6, temos a imagem de um copo de cerveja.
Figura 6 – copo de cerveja.
Fonte: Disponível em;<http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcROvbkmu8ttqPYl_rrWhe1NwwMfNjbVmFagU6Sz0ksOeAsX3WrS.>. Acesso em 05/11/12 às 22h24min

2.7 A QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DE DOM BOSCO
Na perspectiva salesiana Dom Bosco nos apresenta o sistema preventivo, como forma de Pedagogia idônea, com finalidade de aproximar os jovens em sua trajetória. Dom Bosco alimentou o desejo de expansão missionária de sua obra, que realizava e realiza até os dias de hoje um processo de formação de jovens que visa à importância de informar, educar, refletir sobre a sua ação, compartilhar, e inserir valores familiares que vem sendo perdidos com o passar do tempo.
Como cita Villanueva (2012), o sistema preventivo baseia-se em religião, razão e amor educativo, onde trabalha com conceitos em busca desenvolver os jovens a praticar a reflexão de suas ações para melhorar a sua qualidade de vida.
3 RESULTADOS
Este projeto buscou identificar uma relação profunda com os problemas dos alunos da escola Tiradentes, o resultado foi satisfatório para conosco sobre outros temas que no futuro poderemos abordar com alunos de outras escolas e series, conforme forem dadas as oportunidades para trabalharmos outros temas. Daremos a importância que os alunos se expressaram e não houve brincadeiras por parte deles, havendo uma sintonia do assunto sobre drogas e suas realidades, pois muitos viram que aquilo também faz parte de sua realidade social.
Os resultados que adquirimos com este projeto chegaram a um ponto que alguns alunos entraram no assunto e vendo que a conscientização é importante para suas vidas e da sociedade. As implicações foram os alunos terem prestado a atenção no tema, na qual foi dividido em um questionário em que os alunos apresentaram suas opiniões e suas respostas de dados pré-estabelecidos pelos acadêmicos e a distribuição de prêmios por acertos nas perguntas dadas por nós, que foi amplamente satisfatória, que teve bons resultados.
Os alunos demonstraram interesse, e prestaram atenção durante a explanação do tema ficou perceptível que muitos estavam com vergonha de fazer perguntas, e que o tempo para a atividade foi muito curto. Durante a avaliação e a dinâmica, estavam animados e se divertiram. Esperávamos que os alunos não quisessem participar das atividades, mas foram extremamente participativos e apresentaram seus depoimentos sem timidez.
O aproveitamento do trabalho foi muito gratificante e os alunos da escola em suas avaliações identificaram os pontos positivos e negativos do trabalho, de bom a ótimo e que obtivemos um índice de mais de 28% para bom e 56% para ótimo, mostrando que nosso trabalho encontrou seus objetivos, além do que foi proposto pela equipe. Observe a Tabela 1 que apresenta o resultado do questionário aplicado aos alunos após a atividade.
Tabela 1 – Resultado do questionário
Total de participantes dessa avaliação:
Em Porcentagem
Avaliação sobre a atividade
Péssimo
1
Ruim
2
Regular
3
Bom
4
Ótimo
5
Pontualidade dos participantes
0%
0%
12%
16%
72%
Comportamento dos participantes
0%
0%
8%
20%
72%
Interesse demonstrado pelo tema trabalhado
0%
0%
12%
20%
68%
Clareza da linguagem utilizada pelo palestrante
0%
0%
0%
36%
64%
O tempo atribuído para o desenvolvimento da atividade foi suficiente
4%
12%
12%
40%
32%
Articulação dos assuntos tratados com os conteúdos lecionados ou a lecionar nas aulas
0%
0%
24%
48%
28%
Qualidade dos materiais utilizados durante a atividade.
0%
12%
4%
32%
52%
Oportunidade para esclarecimento de dúvidas.
0%
0%
12%
32%
56%
Tempo destinado para debate e discussão.
8%
12%
24%
16%
40%
Motivação para um maior envolvimento nas atividades escolares.
0%
0%
4%
16%
76%
TOTAL EM PORCENTAGEM:
1%
4%
11%
28%
56%
Avaliação Geral do Evento
1
2
3
4
5
A palestra correspondeu às suas expectativas?
0%
0%
0%
32%
68%
Considera que esta atividade contribuiu para sua formação pessoal?
0%
0%
20%
28%
52%
É importante dar continuidade a esse trabalho na Escola.
0%
0%
4%
12%
84%
TOTAL EM PORCENTAGEM:
0%
0%
8%
24%
68%
Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Aplicamos os questionários em 25 alunos que se dispuseram a responder, e foi através das suas respostas que chegamos às conclusões obtidas na tabela acima e nos gráficos a seguir.
O primeiro gráfico representa em percentual o que os alunos acharam da palestra ministradas pelo grupo de Drogas lícitas e Ilícitas, e como foi à aceitação do tema abordado.








Gráfico 1
fonte: pesquisa de campo

Gráfico 2 - Avaliaçãodo Evento
Fonte: Pesquisa de campo
A avaliação do projeto também teve bons índices chegando a 68% de aprovação como sendo ótimo o evento, mostrando que falta mais destes projetos na escola, que seria de suma importância para a educação dos alunos.Após a explanação dos acadêmicos houve os seguintes comentários de alunos e professore sobre as reflexões obtidas durante a apresentação, expressa nos trechos dos depoimentos a seguir (os nomes foram omitidos):
[...] Acho muito bom, este tipo de projeto pode fazer que a gente conheça melhor as drogas e outras doenças. (aluno A)

[...] As palestras foram boas, espero que possam vir outros projetos desse tipo, para tratar de outros temas. (aluno B)

[...] Vi que é importante saber sobre as drogas, e que podemos conhecer melhor cada tipo de droga e suas características. (Aluno C)

[...] Acho importante esse evento, queríamos que houvesse mais movimentos desse tipo para que os alunos conheçam melhor determinados assuntos que não compõem a matriz curricular do ensino Público. (Professor A)

[...] O projeto trouxe temas que a escola necessita tratar com os alunos, porém, muitas vezes não damos o devido valor, contribuindo assim para o agravante dos problemas sociais enfrentados pelos jovens da comunidade. (Professor B)
4 DISCUSSÃO
O objetivo deste projeto foiinformar aos alunos do 2º e 3º anos e EJA da Escola EstadualTiradentes do segmento de ensino Médio, do turno noturno, sobre as Drogas lícitas e ilícitas, caracterizando-as no contexto social dos mesmos. Foi observado que os alunos tinham interesse sobre o tema abordado, participaram e cooperaram para o desenvolvimento da atividade.
As drogas nos dias atuais é assunto muito comum entre os jovens, que muitas vezes devido à falta de afeto procuram se refugiar com uso das drogas.Podemos observar sempre a subjetividade dos alunos, a interação com os outros grupos que foi de alta importância observando seus exemplos, mostrando que há uma relação profunda com os outros temas, mostrando que saúde abrange uma ampla visão sendo comprometidas com o desenvolvimento da solidariedade e da cidadania sobre saúde e o que realmente é ter saúde na vida pessoal, que não é somente na aparência física, mas também mental e interpessoal, colocando que as abordagens são necessárias em nossas vidas, os jovens colaboram bastantee partilharam um pouco daquilo dos conceitos que eles têm sobre o assunto, chegando ate falar de uma forma mais convencional, citando nomes de drogas que nós como acadêmicos não conhecíamos, por termos construído a palestra com abordagens mais técnicas. 
A realização do projeto na escola mostrou-se como uma oportunidade de reflexão e discussão, ampliando o campo de conhecimento dos alunos e os problemas gerados por uma falta de informação dos problemas envolvendo as drogas. Evidenciou-se a necessidade do trabalho em conjunto desde a equipe de trabalho aos professores da escola, criando um espaço para a prevenção de drogas na escola e na família.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência vivida na apresentação foi muito importante para refletirmos sobre a carência que o jovem estudante do ensino público sofre em relação ao ensino de saúde na escola, por sua relevância temas sobre DST e AIDS, Alimentação saudável, Planejamento Familiar, Drogas, Estresse, entre outros temas importantes, deveriam ser tratadas nas escolas de forma dinâmica e conscientizadora, pois os professores poderiam desenvolver projetos interdisciplinares que abordasse essa construção de conhecimento de vida para o aluno e também para os sujeitos que contribuem no desenvolvimento dos alunos.
O ensino de saúde na escola merece um lugar específico na grade curricular dos cursos, pois é necessária uma abordagem significativa para esse estudo, podendo ser tratado por profissionais da saúde e da educação. Em nossa experiência observamos a aceitação dos alunos com os temas apresentados, pois são parte integrada do contexto social da qual fazemos parte. Houve uma identificação reciproca dos conteúdos dados e a vivencia dos alunos, tornando possível a criação de significados para o estudo sobre drogas. Diante dos resultados obtidos no projeto, percebemos a necessidade de tratar de assuntos relacionados à saúde na escola, os alunos precisam ser informados sobre as consequências do uso de drogas, tanto lícitas quanto as ilícitas pois estas estão presentes em seu cotidiano.
Em relação à inserção de valores respectivos a Pedagogia Salesiana, podemos dizer que a comunidade em que se desenvolveu o projeto necessita de uma programação que envolva este processo de aprendizagem, chamado de Sistema Preventivo desenvolvido por Dom Bosco. Isto proporcionaria uma ação transformadora da vida dos jovens resultando em um aumento na qualidade de vida.
Quantos das falas dos alunos que participaram da palestra perceberam a curiosidade de saber mais sobre os assuntos apresentados, além da aceitação da metodologia aplicada pelos acadêmicos


6 REFERÊNCIAS

CARNEIRO, Neri de Paula. Educação e Saúde. Webartigos, 2008. Publicado em 26 de março de 2008 em Educação. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/educacao-e-saude/5020>.  Acesso em 23 de outubro de 2012.

CAVALCANTE, M.B.P.T.;AlvesMds, BARROSO Mgt. Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Esc Anna Nery Rev. Enferm. 2008 set; v. 12, n. 3, p. 555-59. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n3/v12n3a24>. Acessado em 27 de outubro de 2012.

COSTA, Liana Fortunato; SEIDL, Eliane Maria Fleury; SUDBRACK, Maria Fátima Oliver (Org.). Prevenção ao uso indevido da drogas: diga SIM à vida. Brasília:CEAD/UnB;SENAD/SSGI/PR,2000.

MALTA, D.C. et al. Prevalência do consumo de álcool e drogas entre adolescentes:análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar.Rev BrasilEpidemiol2011; 14(1) Supl.: 136-46. Disponível em:
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VILLANUEVA, Pe. Pascual Chávez. Estreia 2012: Conhecendo e imitando Dom Bosco, façamos dos jovens a missão da nossa vida. Brasília: EBD, 2012.




[1]Acadêmicos do 4º período do curso de Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco, Manaus, AM. E-mail: fernando.teixeira77@hotmail.com,arlene.costa6@gmail.com, paula.oliveira235@gmail.com
[2] Mestre em Ensino de Ciências na Amazônia (UEA, 2009). Especialista em Ensino de Matemática (UFAM, 2008). Licenciada em Ciências pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Cruz Alta/RS (1999) - UNICRUZ. Professora da Faculdade Salesiana Dom Bosco, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Ambiental, Educação em Saúde, Ensino de Ciências e NTIC. E-mail: ana-p­_sa@hotmail.com