FERNANDO GOMES TEIXEIRA
MARCILEI ROCHA
BARAÚNA
TICIANE RIBEIRO
IMBIRIBA
TRABALHO DA
DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS E METODOLOGIA NO ENSINO DA EDUCAÇÃO INFANTIL:
EMÍLIA FERREIRO
E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
Este
trabalho visa apresentar a biografia e contribuições da autora Emilia Ferreiro
vendo que fugindo do pensamento dominante de como se deve ensinar a escrever
que é o pensamento tradicional, perguntou como alguém aprende a ler e escrever. Não criou um
método de alfabetização e sim, procurou observar como se realiza a
construção da linguagem e da escrita.
Veremos o processo de
construção da escrita que é definida em cinco fases na qual apresentaremos de
forma mais simples e explicada. As teorias desenvolvidas por Emilia Ferreiro e
seus colaboradores deixam de fundamentar-se em concepções mecanicistas de uma
pedagogia tradicional sobre o processo de alfabetização, para seguir as
hipóteses construtivistas/interacionistas de Vygotsky e Piaget seu mentor.
Observa-se o problema
que tanto atormenta os professores, e a abordagem dos diferentes níveis em que
normalmente os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de
alfabetização, em que o professor assume importante papel, já que a interação
entre eles é fator de suma importância para o desenvolvimento do processo.
Os níveis estruturais
da linguagem são outros pontos abordados pela autora que são: Nível
Pré-Silábico, Nível Silábico e Nível Alfabético.
As contribuições para a
educação, ela destacou que o processo de aprendizagem é independe do ensino
tanto da leitura quanto da escrita e fendeu a importância de o educando ser
exposto ao mundo da escrita, a partir da participação em práticas sociais de
leitura e escrita, na qual chamou a atenção para a importância do ambiente em
que o educando está inserido.
BIOGRAFIA
Emília Ferreiro, psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no
México, fez seu doutorado na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean
Piaget.
Na Universidade de
Buenos Aires, a partir de 1974, como docente, iniciou seus trabalhos
experimentais, que deram origem aos pressupostos teóricos sobre a Psicogênese
do Sistema de Escrita, campo não estudado por seu mestre, que veio a tornar-se
um marco na transformação do conceito de aprendizagem da escrita, pela criança.
Autora de várias obras,
muitas traduzidas e publicadas em português, já esteve algumas vezes no país,
participando de congressos e seminários.
Falar de alfabetização,
sem abordar pelo menos alguns aspectos da obra de Emília Ferreiro, é
praticamente impossível.
Fugindo do pensamento
dominante de como se deve ensinar a escrever, Emília Ferreiro perguntou como
alguém aprende a ler e escrever. Ferreiro desviou o enfoque do "como se
ensina" para o "como se aprende", colocando assim a escrita no
seu devido lugar – como objeto sociocultural de conhecimento.
MÉTODOS
Ela não criou um método
de alfabetização, como ouvimos muitas
escolas erroneamente apregoarem, e sim, procurou observar como se realiza a
construção da linguagem e escrita na criança.
Os
resultados de suas pesquisas permitem isso, que o
processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um
conhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser visto como um
agente e não como um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é
"ensinado", que conhecendo a maneira com que a criança concebe o
processo de escrita, as teorias pedagógicas e metodológicas, nos apontem
caminhos, a fim os erros mais frequentes daqueles que alfabetizam possam ser
evitados, desmistificando certos mitos vigentes em nossas escolas.
O
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
Na fase 01: início dessa construção, as tentativas das
crianças dão-se no sentido da reprodução dos traços básicos da escrita com que elas
se deparam no cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja
semelhante, cada um "lê" em seus rabiscos aquilo que quis escrever.
Desta maneira, cada um só pode interpretar a sua própria escrita, e não a dos
outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é
proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.
Na fase 02, a hipótese central é de que para ler coisas
diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de
várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir.
Nesta
fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a
quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não
podem ser repetidas).
Na fase 03: são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada
uma das letras que compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto
é, cada grafia traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas
letras ou outro tipo de grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese
silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser
lida.
A
criança, neste nível, trabalhando com a hipótese silábica, precisa usar duas
formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro
às suas ideias iniciais de que são necessários pelo menos três caracteres. Este
conflito a faz caminhar para outra fase.
Na fase 04: ocorre então a transição da hipótese silábica para
a alfabética. O conflito que se estabeleceu - entre uma exigência interna da
própria criança (o número mínimo de grafias) e a realidade das formas que o
meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções.Ela, então, começa a
perceber que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das
palavras, ainda que não o faça corretamente.
Na fase 05, finalmente, é atingido o estágio da escrita
alfabética, pela compreensão de que a cada um dos caracteres da escrita correspondem
valores menores que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas,
exigindo, portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitará mais do
que duas letras para ser escrita e a existência de uma regra produtiva que lhes
permite, a partir desses elementos simples, formar a representação de inúmeras
sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não se tenham exercitado.
TEORIAS
DESENVOLVIDAS
As
teorias desenvolvidas por Emília Ferreiro e seus colaboradores deixam de
fundamentar-se em concepções mecanicistas sobre o processo de alfabetização,
para seguir os pressupostos construtivistas/interacionistas de Vygotsky e
Piaget.
Do
ato de ensinar, o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da
construção de um conhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser
visto como um agente e não como um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é
"ensinado".
Na perspectiva dos trabalhos desenvolvidos por Ferreira, os conceitos de prontidão, imaturidade, habilidades motoras e perceptuais, deixam de ter sentido isoladamente como costumam ser trabalhados pelos professores. Estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos, é importante, mas, vinculados ao contexto da realidade sócio-cultural dos alunos.
Para Ferreira, "hoje a perspectiva construtivista considera a interação de todos eles, numa visão política, integral, para explicar a aprendizagem".
O problema que tanto atormenta os professores que são os dos diferentes níveis em que normalmente os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização, assume importante papel, já que a interação entre eles é fator de suma importância para o desenvolvimento do processo.
Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicam as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos. Segundo Emília Ferreiro são:
Na perspectiva dos trabalhos desenvolvidos por Ferreira, os conceitos de prontidão, imaturidade, habilidades motoras e perceptuais, deixam de ter sentido isoladamente como costumam ser trabalhados pelos professores. Estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos, é importante, mas, vinculados ao contexto da realidade sócio-cultural dos alunos.
Para Ferreira, "hoje a perspectiva construtivista considera a interação de todos eles, numa visão política, integral, para explicar a aprendizagem".
O problema que tanto atormenta os professores que são os dos diferentes níveis em que normalmente os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização, assume importante papel, já que a interação entre eles é fator de suma importância para o desenvolvimento do processo.
Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicam as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos. Segundo Emília Ferreiro são:
1)
Nível Pré-Silábico- não se busca correspondência com o som; as hipóteses das
crianças são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo. A
criança tenta nesse nível:
- Diferenciar entre desenho e escrita;
- Utilizar no mínimo duas ou três
letras para poder escrever palavras;
- Reproduzir os traços da escrita, de
acordo com seu contato com as formas gráficas (imprensa ou cursiva),
escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita;
- Percebe que é preciso variar os
caracteres para obter palavras diferentes.
2)
Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético:
Silábico- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está relacionada com o "som" das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatórias, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.
Silábico- Alfabético- convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as letras ou de forma ortográfica ou fonética.
Silábico- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está relacionada com o "som" das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatórias, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.
Silábico- Alfabético- convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as letras ou de forma ortográfica ou fonética.
3)Nível
Alfabético- a criança agora entende que:
- A sílaba não pode ser considerada
uma unidade e que pode ser separada em unidades menores;
- A identificação do som não é
garantia da identificação da letra, o que pode gerar as famosas
dificuldades ortográficas;
- A escrita supõe a necessidade da
análise fonética das palavras.
CONTRIBUIÇÕES
PARA A EDUCAÇÃO
Nos
estudos pode-se perceber que Ferreiro tem uma importância muito relevante para
a Pedagogia, ela destacou que o processo de aprendizagem é independe do ensino
tanto da leitura quanto da escrita. A perspectiva construtivista considera a
interação de todos os elementos que fazem parte do processo de aprendizagem
desde uma visão política integral, vinculada ao contexto da realidade
sociocultural dos alunos, entendendo que a alfabetização, longe de ser a
apropriação de um código, envolve um complexo processo de elaboração de
hipóteses sobre a representação linguística.
Emília
Ferreiro defendeu a importância de o educando ser exposto ao mundo da escrita,
a partir da participação em práticas sociais de leitura e escrita, uma vez que
a alfabetização é de natureza conceitual e não perceptual como se pensava.
Nesta visão, foi possível ampliar o meio onde se dá a aprendizagem, retirando
da escola a responsabilidade pela alfabetização dos alunos, ou seja, o ensino
das letras, sílabas e palavras, deixou de ser tarefa exclusiva do educador.
Os estudos de Emília Ferreiro nos
permitem acompanhar todo o processo de escrita construído pela criança, bem
como as hipóteses que elabora a medida que ela se desenvolve.
Emília
Ferreiro chamou a atenção para a importância do ambiente – que deve ser
alfabetizador – devido à oferta de oportunidades e de acesso à escrita,
diferenciando as crianças entre si. Crianças com mais estímulo e motivação tem
maiores chances de construir melhor seu processo de escrita, sem que se
constitua um problema para as crianças com menos possibilidades.
Pode-se
concluir que Emília Ferreiro é uma autora de tem dado muita contribuição para a
pedagogia e que os conceitos aprendidos no estudo serão de muita utilidade no
exercício das atividades a desempenhar pelos acadêmicos envolvidos.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Podemos observar que os
estudos de Emília Ferreiro nos permitem acompanhar todo o processo de escrita
construído pela criança, bem como as hipóteses que elabora à medida que ela se
desenvolve, havendo assim uma interação do que ela realmente aprende.
Ferreiro desviou o
enfoque do "como se ensina" para o "como se aprende",
colocando assim a escrita no seu devido lugar – como objeto sociocultural de
conhecimento através da vivencia da criança. Os resultados de suas pesquisas
permitem isso, que o processo desloca-se para o ato de
aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo aluno,
que passa a ser visto como um atuante e não como um ser passivo, como uma tabua
rasa, que recebe e absorve o que lhe é "ensinado" pelo professor.
De acordo com a teoria
exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases
até que esteja alfabetizada, segunda autora estas são:
Pré-silábica: não
consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
Silábica: interpreta a
letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
Silábico-alfabética:
mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
Alfabética: domina,
enfim, o valor das letras e sílabas.
Do
ato de ensinar, o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da
construção de um conhecimento que é realizado pelo próprio educando, que passa
a ser visto como um agente e não como um ser passivo como demonstra a educação
tradicionalista, havendo assim uma ligação estreita com as teorias de Piaget e
Vigotsky.
REFERÊNCIAS
ZACHARIAS, Vera Lúcia Camara F. SITE 10
EM TUDO. Biografias: Emília Ferreiro. Disponível em: <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_emilia_ferreiro.htm>.
Acessado em 10 de Junho de 2013 às 20h55min.
DELGADO, Evaldo Inácio.
Pilares do Interacionismo, 1º ed. - São Paulo: Érica, 2003.
LA PENDA, Fernanda. Os estudos de Emília
Ferreiro e sua expressiva contribuição à educação. Disponível em:< http://fernandalapenda.blogspot.com.br/2012/03/os-estudos-de-emilia-ferreiro-e-sua.html>.
Acessado em 02 de Junho de 2013 às 19h35min.
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