domingo, 23 de junho de 2013

EMÍLIA FERREIRO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

FERNANDO GOMES TEIXEIRA
MARCILEI ROCHA BARAÚNA
TICIANE RIBEIRO IMBIRIBA


TRABALHO DA DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS E METODOLOGIA NO ENSINO DA EDUCAÇÃO INFANTIL:
EMÍLIA FERREIRO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

INTRODUÇÃO
Este trabalho visa apresentar a biografia e contribuições da autora Emilia Ferreiro vendo que fugindo do pensamento dominante de como se deve ensinar a escrever que é o pensamento tradicional, perguntou como alguém aprende a ler e escrever. Não criou um método de alfabetização e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem e da escrita.
Veremos o processo de construção da escrita que é definida em cinco fases na qual apresentaremos de forma mais simples e explicada. As teorias desenvolvidas por Emilia Ferreiro e seus colaboradores deixam de fundamentar-se em concepções mecanicistas de uma pedagogia tradicional sobre o processo de alfabetização, para seguir as hipóteses construtivistas/interacionistas de Vygotsky e Piaget seu mentor.
Observa-se o problema que tanto atormenta os professores, e a abordagem dos diferentes níveis em que normalmente os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização, em que o professor assume importante papel, já que a interação entre eles é fator de suma importância para o desenvolvimento do processo.
Os níveis estruturais da linguagem são outros pontos abordados pela autora que são: Nível Pré-Silábico, Nível Silábico e Nível Alfabético.
As contribuições para a educação, ela destacou que o processo de aprendizagem é independe do ensino tanto da leitura quanto da escrita e fendeu a importância de o educando ser exposto ao mundo da escrita, a partir da participação em práticas sociais de leitura e escrita, na qual chamou a atenção para a importância do ambiente em que o educando está inserido.

BIOGRAFIA
Emília Ferreiro, psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no México, fez seu doutorado na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget.
Na Universidade de Buenos Aires, a partir de 1974, como docente, iniciou seus trabalhos experimentais, que deram origem aos pressupostos teóricos sobre a Psicogênese do Sistema de Escrita, campo não estudado por seu mestre, que veio a tornar-se um marco na transformação do conceito de aprendizagem da escrita, pela criança.
Autora de várias obras, muitas traduzidas e publicadas em português, já esteve algumas vezes no país, participando de congressos e seminários.
Falar de alfabetização, sem abordar pelo menos alguns aspectos da obra  de Emília Ferreiro, é praticamente impossível.
Fugindo do pensamento dominante de como se deve ensinar a escrever, Emília Ferreiro perguntou como alguém aprende a ler e escrever. Ferreiro desviou o enfoque do "como se ensina" para o "como se aprende", colocando assim a escrita no seu devido lugar – como objeto sociocultural de conhecimento.
MÉTODOS
Ela não criou um método de alfabetização, como ouvimos muitas escolas erroneamente apregoarem, e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem e escrita na criança.
Os resultados de suas pesquisas permitem isso, que o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser visto como um agente e não como um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é "ensinado", que conhecendo a maneira com que a criança concebe o processo de escrita, as teorias pedagógicas e metodológicas, nos apontem caminhos, a fim os erros mais frequentes daqueles que alfabetizam possam ser evitados, desmistificando certos mitos vigentes em nossas escolas.
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
Na fase 01: início dessa construção, as tentativas das crianças dão-se no sentido da reprodução dos traços básicos da escrita com que elas se deparam no cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um "lê" em seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um só pode interpretar a sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.
Na fase 02, a hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir.
Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser repetidas).
Na fase 03: são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida.
A criança, neste nível, trabalhando com a hipótese silábica, precisa usar duas formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas ideias iniciais de que são necessários pelo menos três caracteres. Este conflito a faz caminhar para outra fase.
Na fase 04: ocorre então a transição da hipótese silábica para a alfabética. O conflito que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria criança (o número mínimo de grafias) e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções.Ela, então, começa a perceber que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente.
Na fase 05, finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão de que a cada um dos caracteres da escrita correspondem valores menores que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo, portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitará mais do que duas letras para ser escrita e a existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos simples, formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não se tenham exercitado.
TEORIAS DESENVOLVIDAS
As teorias desenvolvidas por Emília Ferreiro e seus colaboradores deixam de fundamentar-se em concepções mecanicistas sobre o processo de alfabetização, para seguir os pressupostos construtivistas/interacionistas de Vygotsky e Piaget.
Do ato de ensinar, o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser visto como um agente e não como um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é "ensinado".
     Na perspectiva dos trabalhos desenvolvidos por Ferreira, os conceitos de prontidão, imaturidade, habilidades motoras e perceptuais, deixam de ter sentido isoladamente como costumam ser trabalhados pelos professores. Estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos, é importante, mas, vinculados ao contexto da realidade sócio-cultural dos alunos.
     Para Ferreira, "hoje a perspectiva construtivista considera a interação de todos eles, numa visão política, integral, para explicar a aprendizagem".
     O problema que tanto atormenta os professores que são os dos diferentes níveis em que normalmente os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização, assume importante papel, já que a interação entre eles é fator de suma importância para o desenvolvimento do processo.
     Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicam as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos. Segundo Emília Ferreiro são:
1) Nível Pré-Silábico- não se busca correspondência com o som; as hipóteses das crianças são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo. A criança tenta nesse nível:
  • Diferenciar entre desenho e escrita;
  • Utilizar no mínimo duas ou três letras para poder escrever palavras;
  • Reproduzir os traços da escrita, de acordo com seu contato com as formas gráficas (imprensa ou cursiva), escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita;
  • Percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes.
2) Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético:
Silábico- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está relacionada com o "som" das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatórias, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.
Silábico- Alfabético- convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as letras ou de forma ortográfica ou fonética.
3)Nível Alfabético- a criança agora entende que:
  • A sílaba não pode ser considerada uma unidade e que pode ser separada em unidades menores;
  • A identificação do som não é garantia da identificação da letra, o que pode gerar as famosas dificuldades ortográficas;
  • A escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras.

CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
Nos estudos pode-se perceber que Ferreiro tem uma importância muito relevante para a Pedagogia, ela destacou que o processo de aprendizagem é independe do ensino tanto da leitura quanto da escrita. A perspectiva construtivista considera a interação de todos os elementos que fazem parte do processo de aprendizagem desde uma visão política integral, vinculada ao contexto da realidade sociocultural dos alunos, entendendo que a alfabetização, longe de ser a apropriação de um código, envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses sobre a representação linguística.
Emília Ferreiro defendeu a importância de o educando ser exposto ao mundo da escrita, a partir da participação em práticas sociais de leitura e escrita, uma vez que a alfabetização é de natureza conceitual e não perceptual como se pensava. Nesta visão, foi possível ampliar o meio onde se dá a aprendizagem, retirando da escola a responsabilidade pela alfabetização dos alunos, ou seja, o ensino das letras, sílabas e palavras, deixou de ser tarefa exclusiva do educador. Os estudos de Emília Ferreiro nos permitem acompanhar todo o processo de escrita construído pela criança, bem como as hipóteses que elabora a medida que ela se desenvolve.
Emília Ferreiro chamou a atenção para a importância do ambiente – que deve ser alfabetizador – devido à oferta de oportunidades e de acesso à escrita, diferenciando as crianças entre si. Crianças com mais estímulo e motivação tem maiores chances de construir melhor seu processo de escrita, sem que se constitua um problema para as crianças com menos possibilidades.
Pode-se concluir que Emília Ferreiro é uma autora de tem dado muita contribuição para a pedagogia e que os conceitos aprendidos no estudo serão de muita utilidade no exercício das atividades a desempenhar pelos acadêmicos envolvidos.




CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos observar que os estudos de Emília Ferreiro nos permitem acompanhar todo o processo de escrita construído pela criança, bem como as hipóteses que elabora à medida que ela se desenvolve, havendo assim uma interação do que ela realmente aprende.
Ferreiro desviou o enfoque do "como se ensina" para o "como se aprende", colocando assim a escrita no seu devido lugar – como objeto sociocultural de conhecimento através da vivencia da criança. Os resultados de suas pesquisas permitem isso, que o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo aluno, que passa a ser visto como um atuante e não como um ser passivo, como uma tabua rasa, que recebe e absorve o que lhe é "ensinado" pelo professor.
De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada, segunda autora estas são:
Pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
Silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
Silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
Alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
Do ato de ensinar, o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo próprio educando, que passa a ser visto como um agente e não como um ser passivo como demonstra a educação tradicionalista, havendo assim uma ligação estreita com as teorias de Piaget e Vigotsky.



REFERÊNCIAS
ZACHARIAS, Vera Lúcia Camara F. SITE 10 EM TUDO. Biografias: Emília Ferreiro. Disponível em: <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_emilia_ferreiro.htm>. Acessado em 10 de Junho de 2013 às 20h55min.
DELGADO, Evaldo Inácio. Pilares do Interacionismo, 1º ed. - São Paulo: Érica, 2003.

LA PENDA, Fernanda. Os estudos de Emília Ferreiro e sua expressiva contribuição à educação. Disponível em:< http://fernandalapenda.blogspot.com.br/2012/03/os-estudos-de-emilia-ferreiro-e-sua.html>. Acessado em 02 de Junho de 2013 às 19h35min.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE: DROGAS, LEGAL É PREVENIR! - RELATO DE EXPERIÊNCIA



PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE: DROGAS, LEGAL É PREVENIR!

Fernando Gomes Teixeira1
Ana Paula Oliveira dos Santos1
Arlene Porto da Costa1
Tiago da Silva Braga1
Ana Paula Sá Menezes2


1.INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A partir da realidade exposta na sociedade sobre drogas sendo estas licitas ou ilícitas houve uma ligação particular com a educação em saúde, no que provém sobre os malefícios que estas drogas fazem no organismo do ser humano, além de ser altamente prejudicial para o corpo e a mente, sendo estas umas das maiores causadoras de tragédias como homicídios e acidentes de transito. A escola é um campo imprescindível ao desenvolvimento de projetos de saúde coletiva. Portanto, faz-se necessário que sejam proporcionados momentos de aprendizagem fora do contexto de sala de aula acerca de Saúde Coletiva e que estes temas sejam ministrados por profissionais da área de Saúde, mas sem deixar de lado a ludicidade e o prazer de aprender. O objetivo desse artigo é relatar uma experiência de Promoção de Saúde incluída no Projeto desenvolvido no componente curricular de Educação em Saúde, ministrado pela professora Ana Paula Sá Menezes, no curso de Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco - FSDB, além de incluir o componente curricular de Pedagogia Salesiana, ministrado pelo professor Maurício Cordeiro, e Avaliação Educacional ministrada pela professora Sônia Regina.
Os temas trabalhados no projeto, de maneira geral, foram DST, Planejamento Familiar, Alimentação Saudável, Estresse, Depressão e Drogas Lícitas e Ilícitas. Durante as aulas de Educação em Saúde, foi ensinado como trabalhar assuntos referentes à Saúde. A professoratambém disponibilizou um Roteiro para elaboração do Relato de Experiência, no qual era relatado o que deveria ser observado pelo grupo:
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Instrumentalizar os acadêmicos para o desenvolvimento de práticas educativas em Saúde, individuais e coletivas, que promovam a autonomia e contribuam para o processo de construção da cidadania.
1.2.2 Objetivos Específicos
1.2.2.1 Relatar uma experiência em Educação e Saúde na Escola Estadual Tiradentes com alunos dos 1º,2º, 3ºanos do Ensino Médio e EJA, com o seguinte tema: O uso de drogas lícitas e ilícitas;
1.2.2.2 Caracterizar o local onde se deu a experiência prática;
1.2.2.3Conceituar Educação em Saúde;
1.2.2.4 Apresentar marco teórico sobre (i) Saúde Mental, (ii) Drogas Lícitas e Ilícitas e (iii) Legislação relacionada ao uso de Drogas, utilizados por pesquisadores de Saúde Coletiva, na comunidade escolar;
1.2.2.5Relacionar Pedagogia Salesiana e Qualidade de Vida;
1.2.2.6 Registrar a fala dos alunos durante a exposição da temática.
1.2.2.7 Discutir o resultado da pesquisa a partir do que foi relatado pelos alunos participantes da escola.

1.3  METODOLOGIA
O tema foi apresentado, depois temos a apresentação dos alunos que apresentaram o tema com a abordagem sobre drogas licitas e drogas ilícitas. O trabalho surgiu a partir da pesquisa bibliográfica que relata fatos de suma importância sobre o uso de drogas na adolescência, onde buscamos alguns artigos como referencial teórico para preparação do trabalho, fazendo a partir dali a montagem de materiais utilizados que em seguida houve a apresentação do tema.
Procurando sempre a atenção e o interesse dos alunos na abordagem do tema, mostrando sua íntima ligação com os temas já abordados que foram alimentação saudável, depressão e autoestima e estresse, temas já abordados nesta palestra na Escola Tiradentes. A sua influência será trabalhada deliberadamente de uma forma que venha a buscar os resultados avaliativos e qualitativos sobre nosso tema sobre as drogas, procurando identificar nos alunos da Escola Tiradentes, além do interesse, também uma reflexão sobre essa problemática que se encontra no mundo todo, que vem tomando contas dos lares e ate escolas do mundo, vivendo essa realidade em qualquer parte do mundo.
Finalizando fizemos a coleta de dados dos alunos através de um questionário avaliando a apresentação do tema e a avaliação do evento, fazendo que os alunos escrevessem suas opiniões sobre o trabalho que veio através de uma avaliação geral do evento, sendo que este tema foi o ultimo a ser apresentado, visamos métodos de observação, questionário e opiniões dos estudantes para obter resultados satisfatórios sobre drogas, observando sempre o que mais chama atenção sobre a temática e sua importância para a vida do aluno.

1.3.1Conteúdo Programático
Os temas trabalhados foram drogas lícitas e ilícitas, sua abordagem vem proveniente de nossa realidade em que a violência e a falta de respeito pela vida humana têm sido fatores catastróficos para o sujeito que vive em sociedade, que muitas vezes por influências externas ou internas acaba procurando meios para ser aceito no mundo e acaba se envolvendo com drogas, classificadas em licitas ou ilícitas, onde as mais comuns entre as lícitas o cigarro e as bebidas alcoólicas e entre as ilícitas a maconha, a cocaína, o ecstasy e o crack.
1.3.2 Preparação para o Trabalho de Campo
Este trabalho foi realizado com turmas do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio e EJA do período noturno da EE Tiradentes, com o 4º período do curso de Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco, visando conscientizar, demonstrar e conhecer um pouco mais sobre temas de Saúde Coletiva, de acordo com a sua realidade e experiências de vida, a experiência se deu no mês de setembro de 2012 onde se desenvolveu o tema sobre Drogas. Os procedimentos que envolveram a experiência foram: Elaboração do plano de atividade educativa, desenvolvimento da prática educativa, reuniões com a orientadora do Projeto e com o grupo de acadêmicas que desenvolveram a prática.
1.3.3 Desenvolvimento das Práticas Educativas em Saúde
A Escola Estadual Tiradentes em parceria com a Faculdade Salesiana Dom Bosco, proporcionou aos acadêmicos do 4º período do curso de Pedagogia realizar este trabalho com os alunos do Ensino Médio.
Os procedimentos de elaboração usados para realizar a atividade foram: Criar um plano de atividade educativa, construído com conteúdos sobre drogas lícitas e ilícitas e baseados em artigos sobre saúde, confecção de material como folders para reforçar as informações sobre o assunto, desenvolver a dinâmica e a metodologia da apresentação e suas fases e a avaliação.
O desenvolvimento da atividade foi dividido em três etapas:
        i.            Dinâmica: Iniciamos com uma dinâmica em grupo chamada Vida e Amor, onde os jovens logo na entrada foram divididos em dois grupos respectivamente Vida e Amor, depois cada um buscava um par, feito isso eles tinham que fazer os comandos que a dinâmica pedia, por exemplo, dizer o nome, dar um abraço, trocar de par, voltar para o primeiro par, entre outros comandos. Buscamos proporcionar um relaxamento tanto por parte dos alunos, quanto para os acadêmicos que realizavam a atividade.
      ii.            Apresentação da temática: nessa etapa desenvolvemos os conteúdos da temática sobre drogas lícitas e ilícitas, exemplificando e abordando questões que cercam a realidade dos alunos.
    iii.            Socialização do conteúdo apresentado: procuramos incentivá-los a falar um pouco mais sobre o que aprenderam durante a apresentação, aplicamos um questionário no final com a finalidade de medir os resultados dos conteúdos dado da apresentação e entrevistamos 5 alunos que participaram do projeto. Distribuímos brindes para os alunos presentes com o intuito de animar os alunos.

2MARCO TEÓRICO
2.1 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E SAÚDE MENTAL
A dependência química na atualidade corresponde a umfenômeno amplamente divulgado e discutido, uma vez queo uso abusivo de substâncias psicoativas tornou-se um graveproblema social e de saúde pública em nossa realidade.
No que diz respeito ao uso de substâncias psicoativas, ao contrário do que se pensa, esse não é um evento novo no repertório humano, e sim uma prática milenar e universal, não sendo, portanto, um fenômeno exclusivo da época em que vivemos.
Normalmente, deixa-se a dimensão saúde para os profissionais da área e a educação é esquecida ou relegada à escola. No geral, a população fica sem saúde e sem educação, pois dentro desse raciocínio as pessoas, no cotidiano, as famílias, no dia-a-dia não precisariam se preocupar nem com a preservação da saúde nem com a educação, pois para isso existem os profissionais específicos (CARNEIRO, 2008).
Nosso papel, como profissionais da saúde, é alertar aospais para que se aproximem de seus filhos nessa fase tãoconturbada de suas vidas, destacando sempre a importânciada família e da manutenção de uma convivência familiarsaudável, em suas formações. Cabe aos pais ensiná-los adistinguir entre o certo e o errado, fazendo-se presentes emqualquer que seja o caminho tomado pelo filho (CAVALCANTE, 2008).

2.2 DROGAS NA ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma fase do desenvolvi­mento humano caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais importantes para a afirmação e conso­lidação de hábitos na vida adulta (MALTA, 2011).
A geração atual é considerada a mais urbana da história. Entretanto, à medida que a urbanização possibilita cada vezmais o acesso à educação e aos serviços de saúde, osadolescentes são mais expostos aos riscos de uso de drogaslícitas e ilícitas.Fatores de risco para uso de drogas entre adolescentes noBrasil são pouco estudados, sendo a maior par te dasinformações disponíveis a esse respeito provenientes deestudos realizados em outros países. Além de fatoressociodemográficos (sexo, idade, classe social), os estudosindicam associação do uso de drogas com envolvimento parentalou familiar no consumo de álcool ou drogas, há não criação porambos os pais, baixa percepção de apoio paterno e materno,amigos que usam drogas, ausência de prática religiosa, bemcomo menor frequência à prática de esportes (CAVALCANTE, 2008).
Nesta fase geralmente ocorre à experimen­tação de substâncias psicoativas como álcool, cigarro e drogas ilícitas. O uso de drogas na adolescência é um fator de exposição para problemas de saúde na idade adulta, além de aumentar significativamente o risco de o sujeito se tornar um consumidor em excesso ao longo da vida (Ibid., 2011).
O apelo dos meios de comunicação, que estimula o consumode drogas lícitas, como álcool e tabaco, assim como a aceitaçãosocial e condescendência familiar para o consumo destas drogas sendo estas licitas ou ilícitas,parece creditar em sua utilização a ideia de rito de passagempara a vida adulta, que todos nós já vivenciamos em nossas vidas, e que ocorre ate os dias de hoje até mais fortes que antigamente (Ibid., 2008).

2. 4 A LEGISLAÇÃO RELACIONADA AO USO DE DROGAS
Segundo a Lei. 11343-06, de 23 de agosto de 2006, diz:
Art. 1o  Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas –Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único.  Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o  Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único.  Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

2. 6 AS DROGAS LICITAS E AS DROGAS ILÍCITAS
As drogas foram apresentadas no trabalho a partir do conhecimento estabelecido com a hipótese de que tipos de drogas são as mais comuns e de fácil acesso a variados tipos de pessoas e classes sociais, estabelecendo diretrizes que envolvem um contexto mais profundo de cada conceito apontando suas singularidades e de forma resumida apresentada aos alunos. A seguir as drogas trabalhadas neste projeto.
2.6.1 Cocaína
A cocaína é uma droga ilícita, ou seja, uma substância psicoativa de ação estimulante do sistema nervoso central, de uso e comercialização proibidos. O hidroclorido de cocaína (pó branco e cristalino) é extraído, por meio de processos químicos, das folhas da coca (Erythroxylum coca), uma planta originária da América do Sul.
A cocaína geralmente é consumida por aspiração nasal, ou via intravenosa (dissolvida em água e injetada diretamente na corrente sanguínea). Os O inicio dos efeitos do uso da cocaína variam: cheirando o pó os efeitos aparecem entre 10 e 15 min. Pela via intravenosa, os efeitos surgem em 3 a 5 minutos após a injeção. Por tratar-se de uma substância que exerce ação estimulante, seu uso aumenta a atividade cerebral, sobretudo nas áreas motora e sensorial.
Na figura 1, podemos ver a cocaína em pó.
Figura 1–Cocaína em pó
Fonte: Disponível em:<http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/coca%C3%ADna.jpg>. Acesso em 04/11/12 às 21h11min
2.6.2 Maconha
Planta herbácea de clima quente e úmido, originária da Índia, a maconha (Cannabis sativa) pertence à família Moraceae e pode atingir até 5 metros de altura.
A planta da maconha contém mais de 400 substâncias químicas (veja figura 2), das quais 60 se classificam na categoria dos canabinoides, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde. O tetra-hidrocarbinol (THC) é um desses canabinoides e é a substância mais associada aos efeitos que a maconha produz no cérebro. A concentração de THC na planta depende de alguns fatores, como solo, clima, estação do ano, época da colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso, condições de plantio, genética da planta, processamento após a colheita, etc., por isso os efeitos podem variar bastante de uma planta para outra.
Ao inalar a fumaça da maconha, o THC vai diretamente para os pulmões que são revestidos pelos alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas. Por possuírem uma superfície grande, os alvéolos absorvem facilmente o THC e as outras substâncias. Minutos depois de inalado, o THC cai na corrente sanguínea, chegando até o cérebro.
Em nosso cérebro existem alguns receptores canabinoides que se concentram em lugares diferentes, como no hipocampo, cerebelo e gânglios basais. Esses receptores possuem efeitos em algumas atividades mentais e físicas como memória de curto prazo, coordenação, aprendizado e soluções de problemas.
Na figura 2, temos a Folha da Maconha.
Figura2 –Folha daMaconha
Fonte: Disponível em: <http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQhOXlHDOYN1beulyKRIQcU1rB3kJN3RItlZIUzzBcuENE7sxWMPM9lBhJ8>. Acesso em 05/11/2012 às 21h53min
2.6.3 Crack
O crack tem a mesma origem da cocaína, concentra os mesmos princípios ativos, mas gera efeitos distintos. É uma droga em forma de “pedra” branca ou amarelada que provoca efeitos mais rápidos e intensos do que a cocaína em pó, porque atinge o sistema nervoso central em poucos segundos. Fumar crack é a maneira mais rápida de fazer com que a droga chegue ao cérebro e provavelmente esta é a razão para a rápida progressão para a dependência.
Os efeitos do crack no organismo:
Neurotransmissores – O crack inibe a recaptura de neurotransmissores pelos receptores pré-sinápticos. Dopamina, noradrenalina e serotonina: que são os responsáveis pelo pensamento, planejamento, controle de impulsos, sensações de prazer e poder – ficam acumuladas
Doenças neurológicas – usar crack pode resultar em uma variedade de manifestações neurológicas, incluindo: acidente vascular cerebral (AVC), dor de cabeça, tonturas, inflamações dos vasos cerebrais, atrofia cerebral e convulsões.
Dependência – O uso excessivo da droga leva á saturação dos receptores pós-sinápticos. Com isso, é necessário aumentar as doses da droga para obter os mesmos efeitos, o que leva usuário ao uso compulsivo
Vias Aéreas – A alta temperatura da fumaça do crack pode causar queimaduras nos tecidos da laringe, traqueia e brônquios, que sofrem os efeitos das substâncias tóxicas presentes na droga, como resíduos de gasolina e solventes.
Circulação – Provoca o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, podendo ocorrer isquemias e infartos agudos do coração. Há risco de arritmias cardíacas e problemas no músculo cardíaco.
Pulmões – É o principal órgão exposto ao vício do crack. Os sintomas mais comuns são: tosse, dor no peito com ou sem falta de ar, escarro com presença de sangue e piora de asma. Observação: Pessoas com tuberculose que usam crack por vezes convivem em ambientes fechados e dividem os instrumentos de consumo. Essa prática favorece a disseminação da doença.
Aparelho Digestivo – O uso do crack prejudica a digestão e provocam sintomas como náusea, perda do apetite, flatulência, dor abdominal e diarreia.
Na figura 3 temos a Pedra do Crack.
Figura 3–Pedra do Crack
Fonte: Disponível em: <http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQj0iuwTvfexvNAFdLfJVB3pHSLppQABe9NR740N7OLlsJbNeI_>. Acesso em: 05/11/12 às 21h58min



2.6.4 Ecstasy

Também chamado de droga do amor, o ecstasy é uma droga psicoativa, conhecida quimicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviada por MDMA. O ecstasy foi produzido por uma indústria farmacêutica no ano de 1914 com o intuito de ser utilizado como supressor do apetite, mas nunca foi utilizado para essa finalidade. Nos anos 60, começou a ser utilizado por psicoterapeutas para elevar o ânimo de pacientes; e na década de 70 passou a ser consumido recreativamente, sendo disseminado principalmente entre estudantes universitários. O uso dessa droga é proibido em vários países, inclusive no Brasil.
Embora esse modo de utilização não seja mais empregado, o ecstasy pode ser injetado via intravenosa. Atualmente o consumo ilegal de ecstasy tem sido realizado na forma de comprimidos via oral.
O efeito do ecstasy pode durar em média oito horas, mas isso varia de acordo com o organismo. Em pessoas que possuem maiores quantidades de enzimas metabolizadoras, o efeito do ecstasy pode durar menos tempo. À medida que as enzimas do organismo metabolizam as toxinas, elas produzem também metabólitos ativos que continuam exercendo atividade psicoativa, como se fosse a própria droga, mas com efeitos não muito agradáveis, que podem durar por mais algumas horas.
Os usuários dessa droga sentem aumento do estado de alerta, maior interesse sexual, sensação de bem-estar, grande capacidade física e mental, euforia e aumento da sociabilização e extroversão.
Na figura 4, apresenta-se as pílulas de ecstasy.
Figura 4 – pílulas de ecstasy.
Fonte: Disponível em:<http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/o-ecstasy-uma-droga-psicoativa-que-pode-levar-individuo-morte-1319025353.jpg>. Acesso em: 05/11/12 às 22h01min.

2.6.5 Cigarro
O cigarro é uma droga lícita no Brasil, e por causa dela há milhões de pessoas enfrentando quadros clínicos irreversíveis e morrendo aos poucos em todo o país. Ele é o produto de consumo mais vendido no mundo, e trás um retorno econômico muito promissor para os que o comercializam. Causa cinquenta vezes mais mortes que as drogas ilícitas, sem contar com a perspectiva de vida dos fumantes que é reduzida em um minuto, a cada minuto que estes passam fumando.
Há centenas de substâncias nocivas na composição do cigarro, entre elas estão gases tóxicos, pesticidas, mais de quarenta substâncias cancerígenas, inseticidas, entre outros.
Há muito tempo que no Ocidente as empresas de cigarro têm ganhado lucros assustadores com o cigarro. Agora o marketing dessas empresas está direcionado para o oriente onde as mulheres até pouco tempo eram censuradas com a possibilidade de uso do cigarro. O mercado está investindo em propagandas que associam o cigarro a mulheres bonitas e bem sucedidas, para que o mesmo possa se tornar um atrativo para as mulheres orientais, além de tornar-se símbolo da igualdade entre homens e mulheres. Na África, além da epidemia de AIDS, agora nota-se também uma epidemia de tabagismo. Muitos definham até a morte por causa da fome que se junta ao efeito do cigarro e por gastarem a maior parte da sua renda na compra de cigarros.
Na figura 5, temos o modelo de um maço de cigarros

Figura 5–modelo de um maço de cigarros
Fonte: Disponível em: <http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTmd34Bzgia7WrvknenCpqS99fV_fqOPEBmtfO_1JJ_jwvIDVgnsg>. Acesso em 05/11/12 às 22h12min.

2.6.6 Cerveja
álcool é consumido há muito tempo. Porém, antes do processo de destilação, as bebidas tinham um teor de álcool mais baixo, pois sofriam a fermentação. Eram elas a cerveja e o vinho. O álcool é uma bebida psicotrópica. Além de causar dependência, causa também mudanças no comportamento. Inicia-se com uma alteração no humor acompanhada de uma euforia, depois vem o momento da sonolência, onde o indivíduo não possui mais sua coordenação motora e apresenta comportamento depressivo. Isso acontece devido ao fato de o álcool agir diretamente no sistema nervoso central.
O álcool compromete partes do cérebro responsáveis pela memória, aprendizagem, motivação e autocontrole. É considerada uma droga depressora, ou seja, causa efeitos semelhantes aos da depressão como sonolência, tonturas, distúrbios no sono, náuseas, vômitos, fala incompreensível, reflexos comprometidos e ressaca.
As principais bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil são: a cerveja, o vinho, o licor, a cachaça, o uísque, o conhaque e os coquetéis. Segundo pesquisas, os jovens de 13 a 21 anos têm facilidade em adquirir bebidas alcoólicas, as quais muitas vezes são permitidas ou providenciadas pelos próprios pais.
etanol é o álcool mais utilizado em bebidas, combustíveis, produtos de limpeza, etc. Sua fórmula é: CH3CH2OH. Ele atinge também outros órgãos do corpo, como o coração, a corrente sanguínea, o fígado, etc.
A bebida alcoólica é consumida apenas por via oral, e dentro da sociedade atual há um estímulo muito grande ao seu consumo. Independentemente desse fator, é importante a conscientização da sociedade em relação aos perigos que o uso da droga acarreta para quem a consome.
Na figura 6, temos a imagem de um copo de cerveja.
Figura 6 – copo de cerveja.
Fonte: Disponível em;<http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcROvbkmu8ttqPYl_rrWhe1NwwMfNjbVmFagU6Sz0ksOeAsX3WrS.>. Acesso em 05/11/12 às 22h24min

2.7 A QUALIDADE DE VIDA NA PERSPECTIVA DE DOM BOSCO
Na perspectiva salesiana Dom Bosco nos apresenta o sistema preventivo, como forma de Pedagogia idônea, com finalidade de aproximar os jovens em sua trajetória. Dom Bosco alimentou o desejo de expansão missionária de sua obra, que realizava e realiza até os dias de hoje um processo de formação de jovens que visa à importância de informar, educar, refletir sobre a sua ação, compartilhar, e inserir valores familiares que vem sendo perdidos com o passar do tempo.
Como cita Villanueva (2012), o sistema preventivo baseia-se em religião, razão e amor educativo, onde trabalha com conceitos em busca desenvolver os jovens a praticar a reflexão de suas ações para melhorar a sua qualidade de vida.
3 RESULTADOS
Este projeto buscou identificar uma relação profunda com os problemas dos alunos da escola Tiradentes, o resultado foi satisfatório para conosco sobre outros temas que no futuro poderemos abordar com alunos de outras escolas e series, conforme forem dadas as oportunidades para trabalharmos outros temas. Daremos a importância que os alunos se expressaram e não houve brincadeiras por parte deles, havendo uma sintonia do assunto sobre drogas e suas realidades, pois muitos viram que aquilo também faz parte de sua realidade social.
Os resultados que adquirimos com este projeto chegaram a um ponto que alguns alunos entraram no assunto e vendo que a conscientização é importante para suas vidas e da sociedade. As implicações foram os alunos terem prestado a atenção no tema, na qual foi dividido em um questionário em que os alunos apresentaram suas opiniões e suas respostas de dados pré-estabelecidos pelos acadêmicos e a distribuição de prêmios por acertos nas perguntas dadas por nós, que foi amplamente satisfatória, que teve bons resultados.
Os alunos demonstraram interesse, e prestaram atenção durante a explanação do tema ficou perceptível que muitos estavam com vergonha de fazer perguntas, e que o tempo para a atividade foi muito curto. Durante a avaliação e a dinâmica, estavam animados e se divertiram. Esperávamos que os alunos não quisessem participar das atividades, mas foram extremamente participativos e apresentaram seus depoimentos sem timidez.
O aproveitamento do trabalho foi muito gratificante e os alunos da escola em suas avaliações identificaram os pontos positivos e negativos do trabalho, de bom a ótimo e que obtivemos um índice de mais de 28% para bom e 56% para ótimo, mostrando que nosso trabalho encontrou seus objetivos, além do que foi proposto pela equipe. Observe a Tabela 1 que apresenta o resultado do questionário aplicado aos alunos após a atividade.
Tabela 1 – Resultado do questionário
Total de participantes dessa avaliação:
Em Porcentagem
Avaliação sobre a atividade
Péssimo
1
Ruim
2
Regular
3
Bom
4
Ótimo
5
Pontualidade dos participantes
0%
0%
12%
16%
72%
Comportamento dos participantes
0%
0%
8%
20%
72%
Interesse demonstrado pelo tema trabalhado
0%
0%
12%
20%
68%
Clareza da linguagem utilizada pelo palestrante
0%
0%
0%
36%
64%
O tempo atribuído para o desenvolvimento da atividade foi suficiente
4%
12%
12%
40%
32%
Articulação dos assuntos tratados com os conteúdos lecionados ou a lecionar nas aulas
0%
0%
24%
48%
28%
Qualidade dos materiais utilizados durante a atividade.
0%
12%
4%
32%
52%
Oportunidade para esclarecimento de dúvidas.
0%
0%
12%
32%
56%
Tempo destinado para debate e discussão.
8%
12%
24%
16%
40%
Motivação para um maior envolvimento nas atividades escolares.
0%
0%
4%
16%
76%
TOTAL EM PORCENTAGEM:
1%
4%
11%
28%
56%
Avaliação Geral do Evento
1
2
3
4
5
A palestra correspondeu às suas expectativas?
0%
0%
0%
32%
68%
Considera que esta atividade contribuiu para sua formação pessoal?
0%
0%
20%
28%
52%
É importante dar continuidade a esse trabalho na Escola.
0%
0%
4%
12%
84%
TOTAL EM PORCENTAGEM:
0%
0%
8%
24%
68%
Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Aplicamos os questionários em 25 alunos que se dispuseram a responder, e foi através das suas respostas que chegamos às conclusões obtidas na tabela acima e nos gráficos a seguir.
O primeiro gráfico representa em percentual o que os alunos acharam da palestra ministradas pelo grupo de Drogas lícitas e Ilícitas, e como foi à aceitação do tema abordado.








Gráfico 1
fonte: pesquisa de campo

Gráfico 2 - Avaliaçãodo Evento
Fonte: Pesquisa de campo
A avaliação do projeto também teve bons índices chegando a 68% de aprovação como sendo ótimo o evento, mostrando que falta mais destes projetos na escola, que seria de suma importância para a educação dos alunos.Após a explanação dos acadêmicos houve os seguintes comentários de alunos e professore sobre as reflexões obtidas durante a apresentação, expressa nos trechos dos depoimentos a seguir (os nomes foram omitidos):
[...] Acho muito bom, este tipo de projeto pode fazer que a gente conheça melhor as drogas e outras doenças. (aluno A)

[...] As palestras foram boas, espero que possam vir outros projetos desse tipo, para tratar de outros temas. (aluno B)

[...] Vi que é importante saber sobre as drogas, e que podemos conhecer melhor cada tipo de droga e suas características. (Aluno C)

[...] Acho importante esse evento, queríamos que houvesse mais movimentos desse tipo para que os alunos conheçam melhor determinados assuntos que não compõem a matriz curricular do ensino Público. (Professor A)

[...] O projeto trouxe temas que a escola necessita tratar com os alunos, porém, muitas vezes não damos o devido valor, contribuindo assim para o agravante dos problemas sociais enfrentados pelos jovens da comunidade. (Professor B)
4 DISCUSSÃO
O objetivo deste projeto foiinformar aos alunos do 2º e 3º anos e EJA da Escola EstadualTiradentes do segmento de ensino Médio, do turno noturno, sobre as Drogas lícitas e ilícitas, caracterizando-as no contexto social dos mesmos. Foi observado que os alunos tinham interesse sobre o tema abordado, participaram e cooperaram para o desenvolvimento da atividade.
As drogas nos dias atuais é assunto muito comum entre os jovens, que muitas vezes devido à falta de afeto procuram se refugiar com uso das drogas.Podemos observar sempre a subjetividade dos alunos, a interação com os outros grupos que foi de alta importância observando seus exemplos, mostrando que há uma relação profunda com os outros temas, mostrando que saúde abrange uma ampla visão sendo comprometidas com o desenvolvimento da solidariedade e da cidadania sobre saúde e o que realmente é ter saúde na vida pessoal, que não é somente na aparência física, mas também mental e interpessoal, colocando que as abordagens são necessárias em nossas vidas, os jovens colaboram bastantee partilharam um pouco daquilo dos conceitos que eles têm sobre o assunto, chegando ate falar de uma forma mais convencional, citando nomes de drogas que nós como acadêmicos não conhecíamos, por termos construído a palestra com abordagens mais técnicas. 
A realização do projeto na escola mostrou-se como uma oportunidade de reflexão e discussão, ampliando o campo de conhecimento dos alunos e os problemas gerados por uma falta de informação dos problemas envolvendo as drogas. Evidenciou-se a necessidade do trabalho em conjunto desde a equipe de trabalho aos professores da escola, criando um espaço para a prevenção de drogas na escola e na família.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência vivida na apresentação foi muito importante para refletirmos sobre a carência que o jovem estudante do ensino público sofre em relação ao ensino de saúde na escola, por sua relevância temas sobre DST e AIDS, Alimentação saudável, Planejamento Familiar, Drogas, Estresse, entre outros temas importantes, deveriam ser tratadas nas escolas de forma dinâmica e conscientizadora, pois os professores poderiam desenvolver projetos interdisciplinares que abordasse essa construção de conhecimento de vida para o aluno e também para os sujeitos que contribuem no desenvolvimento dos alunos.
O ensino de saúde na escola merece um lugar específico na grade curricular dos cursos, pois é necessária uma abordagem significativa para esse estudo, podendo ser tratado por profissionais da saúde e da educação. Em nossa experiência observamos a aceitação dos alunos com os temas apresentados, pois são parte integrada do contexto social da qual fazemos parte. Houve uma identificação reciproca dos conteúdos dados e a vivencia dos alunos, tornando possível a criação de significados para o estudo sobre drogas. Diante dos resultados obtidos no projeto, percebemos a necessidade de tratar de assuntos relacionados à saúde na escola, os alunos precisam ser informados sobre as consequências do uso de drogas, tanto lícitas quanto as ilícitas pois estas estão presentes em seu cotidiano.
Em relação à inserção de valores respectivos a Pedagogia Salesiana, podemos dizer que a comunidade em que se desenvolveu o projeto necessita de uma programação que envolva este processo de aprendizagem, chamado de Sistema Preventivo desenvolvido por Dom Bosco. Isto proporcionaria uma ação transformadora da vida dos jovens resultando em um aumento na qualidade de vida.
Quantos das falas dos alunos que participaram da palestra perceberam a curiosidade de saber mais sobre os assuntos apresentados, além da aceitação da metodologia aplicada pelos acadêmicos


6 REFERÊNCIAS

CARNEIRO, Neri de Paula. Educação e Saúde. Webartigos, 2008. Publicado em 26 de março de 2008 em Educação. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/educacao-e-saude/5020>.  Acesso em 23 de outubro de 2012.

CAVALCANTE, M.B.P.T.;AlvesMds, BARROSO Mgt. Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Esc Anna Nery Rev. Enferm. 2008 set; v. 12, n. 3, p. 555-59. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n3/v12n3a24>. Acessado em 27 de outubro de 2012.

COSTA, Liana Fortunato; SEIDL, Eliane Maria Fleury; SUDBRACK, Maria Fátima Oliver (Org.). Prevenção ao uso indevido da drogas: diga SIM à vida. Brasília:CEAD/UnB;SENAD/SSGI/PR,2000.

MALTA, D.C. et al. Prevalência do consumo de álcool e drogas entre adolescentes:análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar.Rev BrasilEpidemiol2011; 14(1) Supl.: 136-46. Disponível em:
http://www.scielosp.org/pdf/rbepid/v14s1/a14v14s1.pdf>. Acessado em 04 de Novembro de 2012.

VILLANUEVA, Pe. Pascual Chávez. Estreia 2012: Conhecendo e imitando Dom Bosco, façamos dos jovens a missão da nossa vida. Brasília: EBD, 2012.




[1]Acadêmicos do 4º período do curso de Pedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco, Manaus, AM. E-mail: fernando.teixeira77@hotmail.com,arlene.costa6@gmail.com, paula.oliveira235@gmail.com
[2] Mestre em Ensino de Ciências na Amazônia (UEA, 2009). Especialista em Ensino de Matemática (UFAM, 2008). Licenciada em Ciências pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Cruz Alta/RS (1999) - UNICRUZ. Professora da Faculdade Salesiana Dom Bosco, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Ambiental, Educação em Saúde, Ensino de Ciências e NTIC. E-mail: ana-p­_sa@hotmail.com